A gestão eficiente de armazéns é crucial para o sucesso das operações logísticas das empresas. Para alcançar tal objetivo, a integração da Internet das Coisas (IoT)desempenha um papel fundamental na visibilidade e controle de estoque.
Para saber mais, conversamos com Daniel de Paula Urbim, docente de cursos de logística do Senac EAD, para compreender em detalhes como as novas tecnologias estão revolucionando essa área.
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IoT: o que é e como se aplica à gestão de armazéns
A Internet das Coisas (IoT), refere-se à interconexão de dispositivos físicos por meio da internet, permitindo a troca de dados e automação de processos.
Segundo Urbim, a IoT proporciona "maior eficiência, controle e transparência nas operações".
Isso é possível graças ao "monitoramento em tempo real de suprimentos, rastreamento de produtos desde a produção até a entrega, identificação de gargalos e falhas nos processos, e a tomada de decisões mais informadas e estratégicas", como reforça nosso entrevistado.
O conceito de Supply Chain 4.0, como observa Urbim, aplica as inovações da Indústria 4.0, incluindo a internet das coisas, para impulsionar o desempenho e a satisfação do cliente.
A IoT, nesse contexto, representa a evolução da internet, onde, conforme ele analisa, "computadores, pessoas e objetos estão conectados".
Ainda nas palavras do professor, isso significa que "objetos do nosso cotidiano têm sensores, microchips e similares capazes de coletar dados que podem ser transformados em conhecimento”.
Com a IoT, dispositivos e equipamentos se tornam mais proativos na identificação e resolução de problemas, tornando as operações de fabricação mais eficientes e sustentáveis.
Essa tecnologia promete fornecer informações detalhadas para melhorar a gestão de armazéns e da cadeia de suprimentos. Dessa forma, aumentará a segurança, o conforto para o usuário e possibilitará tomadas de decisão mais inteligentes.
Principais desafios enfrentados pelas empresa em relação à visibilidade em estoques
Na visão de Urbim, a busca pela visibilidade ideal nos estoques dos armazéns enfrenta desafios significativos.
Conforme o especialista destaca, um dos maiores obstáculos reside no "entendimento e conhecimento das operações”.
Sendo assim, ele acredita que é essencial realizar um mapeamento minucioso de todos os processos operacionais do armazém, considerando sua complexidade de demandas.
Isso também é importante para a aquisição correta de tecnologias, visando o uso adequado e o auxílio nas tarefas operacionais. Por isso, deve-se ter o objetivo de gerar informações instantâneas e confiáveis.
Urbim observou que estudos indicam que o monitoramento de ativos e a geolocalização são as tecnologias mais buscadas por grandes corporações brasileiras.
A gestão de estoques e logística interna, representando 27% das empresas, ressalta a importância do desenvolvimento de profissionais e tecnologias na área de logística relacionadas à IoT.
Portanto, superar os desafios ligados à gestão da informação e à seleção adequada de tecnologias é essencial para obter uma visibilidade eficaz nos estoques de armazéns.
Aplicações da IoT para melhorar a visibilidade de estoque em armazéns
Questionado sobre as principais aplicações da IoT para melhorar a visibilidade de estoque em armazéns, Urbim apresentou quatro dispositivos principais. São eles:
- Rastreamento de inventário Bluetooth: “essa tecnologia rastreia e monitora itens de inventário. Os sinais recebidos são processados para rastrear o movimento e a localização dos itens de estoque. É adequado para rastreamento em tempo real de itens de estoque próximos aos dispositivos de rastreamento”;
- Rastreamento de inventário Near Field Communication (NFC): “serve para rastrear itens de inventário para fins de rastreamento de estoque”;
- Rastreamento de inventário Radio-Frequency Identification (RFID): “utiliza a radiofrequência com a finalidade de rastrear e identificar itens de inventário”; e
- Rastreamento de inventário Wi-Fi: “utiliza a conexão Wi-Fi para a função de rastrear e monitorar itens de inventário”.
- O professor finaliza dizendo que as quatro tecnologias necessitam de leitores que coletam dados das tags, permitindo rastreamento e monitoramento.
Ele também comenta que esses recursos já são amplamente explorados por grandes empresas como Renner, Adidas, Nike e Zara, entre outras.
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